sexta-feira, 7 de maio de 2010

REBELDIA SEM LINK

Hoje enquanto via em um blog humorístico o seguinte vídeo, não pude deixar de pensar "Que tipo de pessoa ouve Restart?" “Onde foi parar a rebeldia adolescente?”



Os adolescentes estão tácitos. Enjaulados dentro de uma onda contagiante de pseudo-liberdade. Controlados por uma tecnologia que aliena essas algemas e mordaças nessa juventude. Onde foram parar os adolescentes insuportáveis? Sedentos por uma liberdade fantasiosa, famintos pelo mundo utópico de sexo, drogas e rock’n’roll. Deram lugar a uma patética massa compacta de desmiolados inertes, insignificantes revoltados e incompreendidos.
O que aconteceu com a rebeldia adolescente? Aquela que criava verdadeiros demônios completamente impossíveis de controlar. Onde foi parar o grito de ódio que afirma a sua razão, daqueles que mesmo errados lutavam pelas suas crenças. Aqueles que não se submetiam a nada, nunca admitiam uma derrota, que surtavam com a menor das rejeições. Onde estão? Cadê os exemplos?
Que futuro nos reserva essa adolescência de hoje? Cada vez mais dominada, cada vez mais apática, acatando ordens insanas como se justas fossem, ouvindo músicas melosas e deprimentes, que apenas falam sobre amores não correspondidos. Caralho! Cadê o som das batidas que despertavam os olharem furiosos contra todos? Cadê a irracionalidade arbitrária do adolescente dos anos 70 e 80? Porque esses deixam seus filhos sem o mínimo dessa herança? Sem o menor impulso de cegueira possível pra se chocar contra a parede sólida da razão?






Hoje ainda ouvimos uns quarentões que dizem que já fizeram muita insanidade, que já fizeram muita coisa errada, mas que levaram estes a um aprendizado de vida e hoje nada fazem além de darem gargalhadas das loucuras cometidas. E hoje? Temos baitolas que xingam no twitter e não conseguem nem sequer falar corretamente um palavrão, mas que amanhã dirão que pintaram o sete na sua adolescência. Faça-me o favor.
Hoje os que assistem o Especial de Fim de Ano do Roberto Carlos na Globo, antes ouviam os berros enlouquecidos do Joey Ramone. Inspiravam-se em ir contra o sistema, mesmo sem saber o que isso significava. Agora temos palhaços que nada fazem além de dizer “sim, senhor” ao invés do “vai te fuder, caralho, tu não sabe de nada, porra”. O que já gerou movimentos como o punk, hoje gera apenas movimentos como o Emo. O que antes eram berros e discussões pessoais, hoje transformou-se em papinhos de Messenger e comunidades vazias no Orkut.